Defesa do prefeito Ari Parisotto aguarda julgamento do recurso no TSE.

Em maio de 2021 o prefeito de Xavantina, Ari Parisotto (PL), e o vice Ariel Malacarne (PT) Tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral de Seara. Em novembro do ano passado o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) manteve a decisão de primeira instância.

Prefeito e vice foram cassados por acusação de compra de votos. O coordenador de campanha da coligação, Elizeo Pinzetta, e o ex-prefeito Mauro Poletto também foram condenados. Todos foram tornados inelegíveis. O TRE-SC, no entanto, reformou em parte a sentença de primeiro grau, mantendo a cassação dos diplomas por abuso de poder político, mas absolveu os réus da denúncia de abuso de poder econômico. Com isso, prefeito e vice mantiveram os direitos políticos, o que permite que eles disputem uma eventual nova eleição.

A defesa do prefeito Ari Parisotto e do vice Ariel Malacarne impetrou recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não há prazo para o julgamento pelos ministros da Corte. Mesmo assim, o TRE confirmou a nova eleição para o dia 7 de maio. A defesa pede a absolvição dos réus na denúncia de abuso de poder político e uma liminar que mantenha prefeito e vice nos cargos até o julgamento do recurso em Brasília. Até ontem o TRE não havia determinado o afastamento de Ari e Ariel.

Em entrevista exclusiva ao Folhasete nesta semana, o prefeito de Xavantina, Ari Parisotto, lamentou a decisão da Justiça Eleitoral. “Eu acho estranho. Uma eleição marcada para 7 de maio. Vai ser um mandato de um ano e meio. Quem vai querer concorrer numa disputa política só para esse período? Eu não tenho culpa. Não fiz nada de errado, mas ainda não consegui dizer isso perante à Justiça. Eu não tenho culpa”, afirmou. Conforme o prefeito, a comunidade discorda da decisão. “Até agora a gente só trabalhou para arrumar a casa e hoje estamos indo bem. Eu sinto por ter que sair, porque estamos trabalhando bem e o povo está contente. A maioria do povo de Xavantina não concorda em ter que fazer nova eleição. Até mesmo algumas pessoas ligadas à oposição não concordam com isso”, destacou.

Sobre colocar o nome à disposição do partido se a nova eleição efetivamente acontecer, Ari Parisotto reafirma a intenção de dar prosseguimento ao trabalho realizado. “Eu gostaria de terminar meu mandato, porque nós conseguimos vários recursos, o município se desenvolveu e cresceu, então eu sinto em sair. Quero pelo menos terminar esses dois anos. Depois, pode entrar quem quiser”. O prefeito comentou que neste momento há muitas incertezas. “Não sabemos ainda se eu vou sair e se vai assumir o presidente da Câmara. Não temos informação de nada, mas continuamos trabalhando de cabeça erguida. Nunca desanimei e vamos lutar até o final. Levanto cinco horas da manhã todos os dias e vou na garagem ajudar. Não pensei nunca em sair daqui, pelo menos até terminar meu mandato”.

Manifestação

O vereador de oposição em Xavantina, Ercio Mar Mores (PSD), disse ao Folhasete nesta semana que se houver nova eleição os oposicionistas pretendem lançar um nome. “Vai ter candidato, sim, do lado da oposição”, afirmou. Ele comentou que o partido ainda não se reuniu internamente para discutir como vai proceder em caso de confirmação de novo pleito no município. Da mesma forma a legenda ainda não conversou com as demais siglas que compunham a coligação de 2020, cujo candidato Orlando Marafon foi derrotado pelo atual prefeito Ari Parisotto, “mas a intenção é ter um nome para concorrer”.