Doenças respiratórias provocam estresse na saúde pública e sufocam atendimento aos pacientes nas unidades básicas e também nos hospitais. Procura por vacina é baixa.

O aumento de doenças respiratórias em Santa Catarina acende um sinal de alerta. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), incluindo infecções por Influenza, têm apresentado crescimento, principalmente entre crianças. A situação se intensifica com a estação fria, período em que a circulação de vírus respiratórios se torna mais frequente.
O médico da Secretaria Municipal da Saúde e responsável pela Atenção Primária à Saúde (APS) de Seara, Rodolfo Henrique dos Santos reforça que o Inverno favorece a circulação de vírus respiratórios, como o Influenza (gripe), VSR (vírus sincicial respiratório), rinovírus e o próprio SARS-CoV-2. Segundo ele, o ar frio e seco, associado a ambientes fechados e mal ventilados, aumenta a transmissão dessas doenças. “Isso gera maior número de atendimentos, internações e, infelizmente, pode agravar quadros crônicos ou descompensar comorbidades”.
O quadro atual no município preocupa. “Estamos observando aumento expressivo nos atendimentos por sintomas respiratórios, tanto nas Unidades Básicas quanto no hospital, com casos leves, moderados e alguns quadros que evoluem com necessidade de suporte hospitalar inclusive UTI. A baixa cobertura vacinal tem ampliado a vulnerabilidade da população e aumentado o número de casos graves”, salienta.
A procura devido a sintomas gripais, conforme Rodolfo Henrique, vem subindo gradativamente desde o mês de abril. “Tanto nas UBSs quanto na emergência do hospital São Roque. Recomenda-se à população evitar procurar as Unidades Básicas para exames ou consultas de rotina no momento atual”. Destaca que as tradicionais medidas básicas de proteção podem evitar complicações. São elas: Evitar aglomerações e ambientes fechados, principalmente com sintomas gripais; Usar máscara ao apresentar sintomas respiratórios; Manter a etiqueta da tosse (cobrir boca e nariz com o braço); Higienizar as mãos frequentemente e hidratar-se bem e manter alimentação saudável. Recomenda ainda a aplicação da vacina. “Caso não tenha tomado a vacina contra a gripe, procurar o mais breve possível as unidades do bairro São João, Centro ou Industrial para se vacinar, principalmente os grupos de risco como idosos, gestantes, menores de cinco anos”.
O médico searaense ressalta que “a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir complicações graves, internações e óbitos por gripe. A vacina é segura, gratuita e está disponível para toda a população, inclusive fora dos grupos prioritários. Mesmo quem já teve gripe este ano deve se vacinar, pois protege contra diferentes cepas. A adesão em Santa Catarina ainda está muito abaixo do ideal. Nosso município infelizmente segue os mesmos dados do Estado. O que preocupa e exige o esforço de todos para ampliar a cobertura”.
O profissional explica que o público mais propenso a sofrer consequências graves com as doenças respiratórias são os idosos, por terem o sistema imune mais enfraquecido e comorbidades, as crianças pequenas, especialmente menores de dois anos, com vias aéreas mais estreitas e sistema imune em desenvolvimento, pessoas com doenças crônicas como asma, DPOC, doenças cardíacas e diabetes, gestantes e imunossuprimidos.
Santa Catarina já registrou 167 óbitos em 2025 em função de doenças respiratórias. 

Higiene nasal

O médico da Secretaria Municipal da Saúde e responsável pela Atenção Primária à Saúde (APS) de Seara, Rodolfo Henrique dos Santos, enfatiza que uma medida simples e que auxilia muito a prevenção de gripes e resfriados é a higiene nasal. Aponte a câmera do seu celular para o QR Code e aprenda como realizar a lavagem nasal.